Mesmo com atraso, artista encantou o público do maior festival de cultura preta do mundo
Erykah Badu no Afropunk 2024 — Foto: Saulo de Tarso / Portal Black Fem
Com uma apresentação de tirar o fôlego, a cantora estadunidense Erykah Badu encantou o público do Afropunk 2024 no seu primeiro dia de festa, que ocorre no Parque de Exposições. Programada para começar ontem (9), às 22h30, a artista apenas subiu ao palco por volta das 00h40, mas a espera foi recompensada com um show inesquecível.
Não é a primeira vez que Erykah Badu, cantora, produtora e compositora potência no R&B e neo soul se apresenta no Brasil. No entanto, é a sua primeira vez no palco do festival Afropunk em sua versão brasileira, que está em sua quarta edição na capital baiana.
Antes do show, uma multidão se juntou em frente ao palco à espera da artista, que não apareceu no horário esperado. Para compensar o atraso, a apresentação do cantor baiano Léo Santana foi adiantada.
Quem estava na expectativa foi Abayomi Rafael, trancista de 24 anos, vinda de João Pessoa, na Paraíba. Foi a sua primeira vez no Afropunk e uma das suas motivações para estar no evento foi Erykah Badu.
“Desde que soube que ela viria para o Afropunk, fiquei com uma expectativa grande. Escuto ela desde criancinha, me marcou muito. Várias composições que ela gravou, eu sei cantar. É muita emoção, eu nem estou conseguindo de fato acreditar que eu estou aqui e com ela”, afirmou Abayomi.
Assim que Erykah subiu ao palco, o que mais chamou atenção foi o figurino, produzido pela marca baiana Meninos Rei, dos irmãos Junior e Céu Rocha. Eryka é conhecida por seu estilo único e inconfundível, marcado pela extensão de sua expressão artística e identidade cultural. Ombreiras grandes, longo chapéu e túnica foram os principais elementos do figurino, que durante o show foi sendo deixado de lado gradativamente pela artista.
“Sonhei com a Bahia. Alguém me disse que eu estava geneticamente codificada para lembrar de todas as memórias da velha terra, começando pela Bahia. Alguém me disse para tirar os sapatos e andar no chão da Bahia. Alguém me disse para encontrar a árvore mais próxima e abraçá-la na Bahia”, disse Erykah, mostrando estar descalça sobre o palco.
Figurino de Erykah Badu — Foto: Saulo de Tarso / Portal Black Fem
A artista foi ovacionada pelo público, que gritou ao som de grandes sucessos como “On & On”, “Sometimes”, “Appletree”, “Next time life” e “Window seat”. Além disso, o público recebeu a surpresa da rapper americana Rhapsody, quando cantaram juntas “3:AM”, música indicada ao Grammy.
Nesta semana, Erykah ainda se apresentou em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo este o terceiro show dela na quinta vinda ao país. Antes de embarcar rumo a Bahia, a cantora fez uma live no Instagram e deixou um recado aos fãs que iriam prestigiar sua apresentação no Afropunk “Não tenho palavras, ainda, para a Bahia. Mas estou indo até vocês. Estou indo de volta pra você, mesmo sendo minha primeira vez”, exaltou.
A apresentação de Erykah ainda inspirou o público do festival. Esse foi o caso de Larissa Santos, 31, engenheira que veio diretamente de Belo Horizonte para Salvador somente pelo Afropunk. Com vestido preto, gargantilha, correntez, batom preto e unhas pintadas, ela conta que sua roupa teve influência da cantora neo soul.
“Por ser Afropunk, eu quis vir de maneira mais gótica, eu quis trazer essa estética. Muitas coisas prateadas, acessórios, e essa influência pensando também na Erykah Badu, que é um pouco mais maximalista. Peguei um pouco a estética dela, misturei com gótico e referências brasileiras”, relata.
Quem também veio com Larissa foi Virginia Dandara, 24, film maker também de Belo Horizonte. Fã de carteirinha, ela frisa a importância da artista para a cultura preta e o festival Afropunk.
“Já fui num show dela e nem acreditei que eu iria mais vezes. Ela é magnífica e estar aqui, junto com ela, é incrível, pois esse espaço é muito importante. É bom você olhar para o lado e se reconhecer nas pessoas, a Erykah proporciona isso. Ela já surpreendeu muito no primeiro show que fui e senti que como se ela tivesse transcendido na apresentação de hoje”, Virginia enfatiza.
Acompanhe nossas redes sociais:
#AJUDEOPORTALBLACKFEM: seja um doador recorrente em nossa Campanha de Financiamento do Catarse ( http://catarse.me/ajudeoportalblackfem)
Doação via PIX (CNPJ): 54738053000133
As comunidades Black Fem são espaços seguros para discussões sobre os temas que estão relacionados com as editorias. Não quer ler um montão de textos, mas quer acompanhar tópicos de temas determinados? Conheça os grupos, escolha aqueles que você quer fazer parte e receba nossos conteúdos em primeira mão.
Clique para acessar nossa comunidadeNossa comunidade é um espaço para nossa audiência receber reforços de nossos conteúdos, conteúdos em primeira mão (I'sis Almeida, diretora jornalismo do Portal)
No geral, mesmo com as redes sociais as pessoas não se conectam, e é por isso que abrimos esse espaço de conversação. (Lavínia Oliveira, diretora de arte do Portal)