Após denunciar a situação nas redes sociais, a criadora recebeu ameaça de grupo extremistas
Foto/reprodução: Nortonrsx – Getty Images
A influencer digital baiana, Denny Silva, natural de Irará, relatou ter sido vítima de racismo durante uma viagem de ônibus para o Santuário de Fátima, em Portugal, país onde vive há oito anos. Segundo Denny, uma passageira portuguesa reclamou quando ela reclinou o assento e, após receber a negativa, afirmou que em Portugal “as coisas funcionam assim”. O episódio, denunciado nas redes sociais, gerou uma onda de ataques virtuais contra a brasileira, incluindo ameaças de grupos neonazistas.
De acordo com a denúncia de Denny feita ao Bnews, ela inclinou o banco para descansar, o que incomodou uma passageira portuguesa que estava sentada atrás. A mulher reclamou e exigiu que a poltrona fosse mantida reta. Quando a baiana se recusou, a passageira retrucou: “Não sei de onde você vem, mas aqui, em Portugal, as coisas funcionam assim.”
“Você não sabe de onde eu venho, mas eu vou te dizer de onde eu venho. Eu não vou tolerar mais falas racistas, preconceituosas comigo”, rebateu Denny.
Para comprovar a situação, a criadora começou a gravar a mulher, que, por sua vez, tentou reverter a narrativa e ligou para a polícia. Quando chegaram ao destino, em Fátima, Denny foi abordada pelos policiais, que solicitaram seus documentos. Ela se recusou a entregá-los e se prontificou a acompanhá-los até a delegacia, onde também registraria uma denúncia contra a passageira por racismo.
Durante a abordagem policial, Denny fez uma live em sua conta no Instagram para expor a situação. No entanto, isso desencadeou uma enxurrada de comentários racistas que a fizeram arquivar o vídeo do ocorrido. Parte das ameaças foi feita por um grupo extremista português ultranacionalista e neonazista autodenominado 1143.
“Desde então eu venho recebendo ataques surreais, monstruosos mesmo! O vídeo está circulando no Twitter com ameaça de morte de vários grupos extremistas, um deles chamado 1143. Eu estou realmente sentindo medo, porque eu sei que é um grupo em que eles não param de me mandar mensagem, principalmente no Twitter e no Instagram”, desabafou, em entrevista ao Bnews.
Um dos comentários recebidos pelo Twitter, a usuária diz: “Eu sou catarinense e migrei para Portugal e vou migrar para outro país assim que eu puder porque eu estou tendo que lidar com mais nordestino chimpanzé aqui do que quando eu morava no Brasil. É triste, mas é verdade”.
Ainda segundo o relato da baiana, os policiais não a levaram para a delegacia, como ela havia solicitado. Em vez disso, orientaram que ela se dirigisse por conta própria a um posto policial para registrar a queixa. Denny acredita que os agentes recuaram devido à gravação que estava sendo feita.
Essa não foi a primeira vez que Denny sofreu ataques racistas em Portugal. Em agosto deste ano, ela foi agredida na rua por um homem português que puxou seu cabelo e quebrou seu celular.
*A imagem utilizada é ilustrativa. Optamos por preservar a identidade da vítima, embora seu nome e imagem tenham sido divulgados por outros veículos de comunicação. Reforçamos nosso compromisso com a ética e o respeito às vítimas e suas famílias.
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